O desenvolvimento do mercado náutico refletirá em expansão de operações na cidade catarinense de Itajaí que é responsável por 50% da fabricação de barcos de lazer no Brasil. Lançamento de um “open mall” voltado à cultura náutica, pela Marina Itajaí, e investimentos milionários em tecnologia, empregos e pesquisas, pelo estaleiro do Grupo OKEAN, foram anunciados em palestra durante o Money Week, evento de finanças que ocorreu na última sexta-feira, 2.
Foto: DG Filmes
Agosto, 2024 – Com R$ 47,7 bilhões de PIB Municipal e alto índice de empregabilidade, a náutica é uma das propulsoras da economia do município catarinense de Itajaí, que lidera como o mais rico de Santa Catarina e figura entre os 25 do país. Especialmente desde 2010, a entrada de estaleiros que estão entre os maiores do mundo, como o Estaleiro OKEAN, e a chegada da Marina Itajaí impulsionaram a transformação da cidade como principal polo náutico brasileiro que se beneficia também pela alta empregabilidade gerada pelo setor. Na última sexta-feira (2), ambas as empresas dividiram o palco durante painel na Money Week, evento voltado ao mercado financeiro e que ocorreu no Expocentro Balneário Camboriú.
“O impacto da náutica para a economia de Itajaí e os reflexos na geração de empregos e renda são surpreendentes. Em 2010, a cidade já estava com o PIB per capta em ascensão e os incentivos governamentais para a náutica ajudaram muito, a cidade deu saltos de desenvolvimento. Hoje já supera Joinville. Outro ponto dentro do mercado náutico é a mão de obra valorizada. Um funcionário de um estaleiro, por exemplo, recebe proporcionalmente mais do que em uma indústria convencional por ser um trabalho artesanal, bem específico. Ele ainda recebe cursos e treinamentos constantes, e tudo isso também movimenta o mercado. Acredito que o PIB per capta tende a crescer muito mais o que coloca Itajaí em destaque para ótimos investimentos”.
Explicou o diretor da Marina Itajaí, Carlos Gayoso de Oliveira, durante palestra realizada no evento de finanças Money Week que ocorreu na última sexta-feira (2) e reuniu investidores de todo o Brasil e exterior.
“Os saltos em valorização imobiliária são mais exemplos do reflexo positivo da náutica para a região do litoral norte catarinense. Itajaí em 2010 tinha um valor de cerca de R$ 6,2 mil o metro quadrado. Hoje já ultrapassa os R$ 11,2 mil, quase o dobro. A náutica traz também uma cultura voltada a um público qualificado. A Marina Itajaí, por exemplo, se tornou palco para grandes eventos de negócios, é referência em serviços e já conta com 25 operações. Temos ainda projetos de expansão como o lançamento do Boulevard Marina Itajaí, um “open mall” voltado para as águas, que trará as pessoas ainda mais próximas à náutica e isso gera muitos reflexos positivos na economia. Por exemplo, o aluguel de uma área comercial na Marina Itajaí, região nobre da cidade, é em média R$ 300 por metro quadrado. Apesar de superior a de outras áreas da cidade, são inúmeras as vantagens ao investimento porque já é um espaço consolidado”.
Contou o executivo ao demonstrar a força da cultura náutica e a geração de oportunidades de investimentos.
Além da Marina Itajaí, Manuel Pires, diretor comercial do Grupo OKEAN, fabricante das embarcações de luxo da OKEAN Yachts e único licenciado no mundo para fabricar os iates da italiana Ferretti Yachts, também foi um dos palestrantes do evento e, na oportunidade, destacou o impacto na economia regional por conta da chegada de estaleiros, como foi o caso da OKEAN ao município e investimentos realizados. O executivo traçou um panorama da matriz produtiva que conta com uma área de 13 mil m² (com planos de expansão) e fabrica 8 modelos de iates de grande porte, todos a partir de 52 pés. Destes, 70% dos iates da linha OKEAN são exportados para países como Estados Unidos, França, Suíça, Japão, Costa Rica e Austrália. Aliás, o município de Itajaí é responsável pela exportação de 90% dos barcos fabricados no Brasil. Já os barcos fabricados pela OKEAN da italiana Ferretti Yachts, um dos principais produtores de iates de luxo do mundo com um backlog de vendas de mais de 1 bilhão de euros, são 100% destinados ao mercado brasileiro.
Além disso, com o olhar governamental e o desenvolvimento da náutica no Brasil, a fábrica do Grupo OKEAN tem objetivos de atingir patamares ainda maiores e chegar, nos próximos 5 anos, a marca de produção de 60 barcos anuais os quais, atualmente, tem um ticket médio de R$ 17,8 milhões. Foram cerca de R$ 350 milhões em investimentos na unidade produtiva de Itajaí e o objetivo é investir mais de R$ 50 milhões nos próximos 5 anos, especialmente em tecnologias, pesquisas e empregos. Atualmente, a fábrica concentra em torno de 500 funcionários, tem 15 barcos em linha de produção e um valor de estoque em torno de R$ 180 milhões.
“Pretendemos continuar expandindo em Itajaí, o que reflete em benefícios para uma cadeia enorme. Com visão governamental e apoio à indústria náutica no Brasil, há um potencial muito importante a ser explorado. Só para se ter uma ideia, para a fabricação de nosso menor modelo, de 52 pés, mais de 20 pessoas são envolvidas diretamente, sem contar áreas administrativas”, destacou Pires. “O mercado de luxo é um mercado que emprega, que dá treinamento, que investe anualmente R$ 7 milhões em pesquisa e desenvolvimento, que leva o nome do Brasil para fora do país, com orgulho, como é o caso das embarcações OKEAN Yachts”, completou.
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