A expedição partiu da Marina Itajaí (SC) nesta terça-feira (14) e terá uma duração de 70 dias. A tripulação, composta exclusivamente por mulheres, percorrerá aproximadamente 20 cidades litorâneas até chegar ao Pará. O objetivo é identificar o quanto de microplástico é consumido pela população por meio de ostras e mexilhões.
Maio, 2024. Com o objetivo de alertar sobre os riscos da poluição marinha e os reflexos para a saúde dos consumidores, o projeto Voz dos Oceanos, liderado pela Família Schurmann, iniciou sua primeira expedição terrestre no Brasil partindo da Marina Itajaí, em Santa Catarina, apoiadora da ação. O objetivo é diagnosticar a presença de microplásticos nos chamados “bivalves”, ou seja, ostras e mexilhões, e a quantidade de toxinas que é ingerida pelo ser humano. A equipe percorrerá cerca de 20 cidades litorâneas do país e 7 mil quilômetros. A expedição partiu nesta terça-feira(14), e seguirá por 70 dias até o Pará. Conduzida exclusivamente por mulheres, a equipe coletará as ostras e mexilhões em feiras e mercados públicos e enviará aos laboratórios da Universidade de São Paulo (USP) para análise e pesquisa.
“Muitas pessoas não têm conhecimento de que ao comer ostras, vieiras, mexilhões e outros bivalves, estão também ingerindo microplásticos que contaminam os oceanos. Isso ocorre porque esses organismos funcionam como “filtradores” desses poluentes, que acabam sendo consumidos pela população ao comer esses alimentos”, destaca o coordenador da Cátedra UNESCO de Sustentabilidade Oceânica, do Instituto Oceanográfico da USP, Alexander Turra. “Ao ser concluída, a pesquisa fornecerá um diagnóstico detalhado da presença de microplásticos em organismos marinhos. Isso incluirá uma análise da crescente preocupação com a segurança alimentar, especialmente relacionada à exposição humana através da ingestão de frutos do mar”, complementa.
“Estamos muito felizes por servir como ponto de partida para outra expedição liderada pela Família Schurmann. O compromisso da Marina Itajaí com a sustentabilidade e sua distinção como a única do Brasil com certificação internacional ISO 14.001 são resultados da influência da Família Schurmann, que desde o início levanta questões ambientais importantes”, destaca o diretor da Marina Itajaí, Carlos Gayoso de Oliveira.
“Costumo dizer que a Marina Itajaí é como nosso lar, e mora do lado bombordo onde está o coração. Estamos envolvidos desde o início da criação desta marina e temos feito diversos projetos desde então em parceria. Nos últimos dois anos, a Voz dos Oceanos documentou a presença de plásticos e microplásticos em cerca de 100 destinos nas Américas do Sul, Central e do Norte. Agora, com a expedição terrestre, estamos concretizando o pilar científico deste grande projeto. A pesquisa tem o potencial de contribuir significativamente para os esforços de redução da poluição dos mares e para mitigar o consumo de alimentos contaminados com microplásticos de origem marinha. Este é um tema de extrema importância não apenas para o Brasil, mas também em escala global,”, destacou o capitão Vilfredo Schurmann.
As tripulantes que irão integrar a expedição científica são: a oceanógrafa e produtora de conteúdo Katharina Grisotti, que navegou de Galápagos à Nova Zelândia a bordo do veleiro sustentável Kat; Jessyca Lopes, bióloga marinha e produtora; Marília Nagata, bióloga marinha, doutoranda em Oceanografia pelo Instituto Oceanográfico da USP, e Thamys Trindade, jornalista, documentarista especializada em Conservação de Natureza. Enquanto as quatro caem na estrada, em terra, a jornalista Bárbara Clara Costa atua como roteirista das produções audiovisuais dessa expedição.
Comentários